Comunicação Inteligente

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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Gêmeas engravidam com poucos dias de diferença

Fabíola e Fabiana, 32, se surpreenderam com a coincidência. Em entrevista, elas contam sobre os momentos de união durante a gravidez e a alegria de poder criar os filhos ao mesmo tempo

Ana Paula Pontes / Fotos: Francisco Frantz

Francisco Frantz
Da esq. para dir., Fabíola com o filho Renan e Fabiana com a filha Nathalia

Elas passaram nove meses juntas na barriga da mãe e foram sempre unidas desde então. As gêmeas univitelinas (o que só ocorre um caso a cada 250 partos) Fabiana Michels Zadra Castelo e Fabíola Michels Zadra, 32, têm, inclusive, a mesma profissão: elas são dentistas. O que não imaginavam é que engravidariam praticamente no mesmo período – sem nenhum combinado.

Em 2010, Fabiana, que mora em Santa Cruz do Sul (RS) planejou ter um bebê, mas depois de tentar por cerca de quatro meses descobriu que tinha um cisto, que impedia a gestação. “Fiz vários exames, comecei a tomar antibiótico para tratar o problema e já tinha pensado em fazer inseminação”, conta.

Durante o tratamento, Fabiana começou a ter enjoos e vômitos e, ao ligar para a sua irmã, Fabíola, que mora em Carlos Barbosa (RS), descobriu que ela também estava com os mesmos sintomas. “Minha irmã dizia que eu estava passando mal pelo nervoso de não conseguir engravidar e eu dizia: ‘mana, tu tá [sic] passando mal porque está preocupada comigo´. Irmão gêmeo tem essa coisa de sentir o mesmo que o outro. Quando fico agoniada já sei que ela tem um problema”, disse Fabiana.


Francisco Frantz

O motivo do mal-estar não era tensão alguma. As duas estavam grávidas e descobriram praticamente no mesmo fim de semana. “Foi uma surpresa para mim, porque a gravidez não foi programada. Descobri numa sexta-feira [em outubro/2010] e minha irmã, na segunda. Entre esses dias, ela me dizia que ia ficar para tia mesmo, porque não podia engravidar. Mas ela já estava esperando o bebê”, contou Fabíola. A diferença entre as duas gestações foi de apenas 20 dias.

Se já é gostoso compartilhar a gravidez com o marido e com uma amiga, ainda mais se ela estiver grávida também, esse momento foi especial para as gêmeas. Como a diferença da idade gestacional era curta, passaram pelas mesmas coisas quase que ao mesmo tempo – e uma confortava a outra na hora dos enjoos, pesadelos, dúvidas do que comprar para o bebê. “Só a minha mãe é que ficou meio maluca com essa história toda. Eu ligava dizendo que não estava me sentindo bem, e ia ficar em casa naquele dia. Logo, quem ligava para ela era minha irmã. Ela tinha de acalmar as duas”, diz Fabíola.

Mais tranquila, foi Fabíola que tranquilizava Fabiana em vários momentos da gravidez, inclusive sobre a hora do parto (as duas fizeram cesárea) e o período de recuperação da cirurgia. Renan, filho de Fabíola, nasceu dia 17 de maio e Nathalia, filha de Fabiana, em 20 de junho. Ambas tiveram o carinho e ajuda da mãe, Rosilene, 54, após o nascimento dos filhos. Ela passou 20 dias com Fabíola. Foi até Santa Catarina cuidar da avós das meninas, que está doente, e seguiu para a casa de Fabiana. Poucos dias após o parto, Fabíola também foi para a cidade da irmã ajudá-la. “Minha mãe disse que achava que não ia ser tão fácil. Mas, na verdade, ela reviveu o que passou com nós, cuidando de dois aos mesmo tempo”, conta Fabiana.

A visita da irmã, aliás, foi fundamental para que Fabiana não desistisse da amamentação. “Ela me deu vários toques do melhor jeito de amamentar e me ajudou também a identificar o choro do bebê.” Durante o período em que passaram juntas até os bebês entraram em sintonia, acordando nos mesmos horários para mamar.

O companheirismo entre as gêmeas é tanto que Fabíola chegou a amamentar Nathalia. “Eu saí com minha mãe de casa e minha irmã ficou cuidando dos bebês. Depois de 10 minutos ela me ligou dizendo que minha filha estava berrando. Quando cheguei, ela contou que tinha amamentado Nathalia. Foi um ato muito bacana”, conta Fabiana. Na madrugada desse dia foi a vez de Fabiana doar leite para o sobrinho. “Ele chorava de fome, e o peito de Fabíola ainda não tinha enchido. Como eu tinha retirado o excesso e colocado em uma mamadeira, ela deu para o Renan.”

No dia da entrevista com as gêmeas faltava pouco tempo para Fabíola voltar para a sua cidade. No entanto, mesmo com a distância, as irmãs querem fazer de tudo para manter as crianças o mais próximas possível. “Eu tenho o filho dela como se fosse meu, e vice-versa. A gente não os vê como primos, e sim como irmãos. Queremos criá-los bem unidos, como nós sempre fomos”, diz Fabiana.

Francisco Frantz

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