Comunicação Inteligente

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terça-feira, 31 de maio de 2011

Tintura na gestação: pode ou não pode?

Um dos assuntos mais controversos entre as mulheres envolve o uso ou não de tintura ou qualquer outro produto químico nos cabelos durante o período de gravidez. Será que vai fazer algum mal para o bebê que está dentro da barriga? Qual conseqüência pode trazer o uso da tintura durante a gestação?
As tinturas, principalmente as mais antigas, alisamentos ou permanentes contêm muitas substâncias que são absorvidas pelo couro cabeludo (entre as quais a amônia, o benzeno ou formol), região bastante vascularizada, que chegam até o bebê e podem prejudicá-lo.
Porém, há divergências entre os especialistas quanto ao uso de produtos químicos durante a gestação. Uns reprovam, outros minimizam. No entanto, boa parte dos profissionais recomenda o uso de tinturas somente após o terceiro ou quarto mês de gestação, período em que as chances de más-formações diminuem. Muitos nem sequer recomendam o uso de produtos químicos nos cabelos em qualquer época da gestação.
Há ainda médicos que indicam o uso de produtos naturais, como a henna ou a tintura que não é feita na raiz dos cabelos, como mechas e reflexos, que é aplicado com uma touca, protegendo o couro cabeludo dos produtos químicos.
Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a médica Robertha Nakamura condena o uso de produtos químicos no período de gestação, embora saliente não existir provas concretas de que a tintura tem efeito direto na gravidez. Nakamura acrescenta que há poucos estudos nessa área que possam evidenciar um possível dano ao feto, principalmente no início da gestação.
Polêmico, o uso de produtos químicos na gravidez deve ser visto com cautela pelas mamães. Não há ainda comprovada uma quantidade mínima de produto químico que possa ser usada sem que prejudique a saúde do bebê em formação.
Como todo cuidado é pouco, evite a realização de tintura agressiva, alisamento ou qualquer outro uso de produto químico nos cabelos durante a gravidez, principalmente nos primeiros meses.
Por ser uma questão de opiniões diversas e contraditórias, o ideal é que você, mamãe, consulte o seu médico de confiança e peça para que dê informações sobre o uso de produtos químicos durante a gravidez.
Lembre-se sempre que melhor do que ficar bonita é cuidar para que o bebê que está se formando dentro da sua barriga nasça com a maior saúde do mundo.

Dicas
Antes de engravidar, informe-se com o médico sobre os produtos que usa cotidianamente vão poder ser usados durante a gravidez.
Tente seguir tudo o que seu médico te orientar, não se deixando levar pelo que sua amiga falou para fazer.
Nove meses não são uma eternidade, passam rápido! Embora não haja uma relação direta entre tintura e malefícios na gestação, profissionais de dermatologia reprovam tinturas nesta fase.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Diabetes gestacional

Cuidados com a mãe e o bebê devem ser redobrados.

Apesar do diabetes gestacional ser considerado uma situação de gravidez de alto risco, os cuidados médicos e o envolvimento da gestante possibilitam que a gestação corra tranqüilamente e que os bebês nasçam no momento adequado e em boas condições de saúde.
Na gravidez, duas situações envolvendo o diabetes podem acontecer: a mulher que já tinha diabetes e engravida ou o aparecimento do diabetes gestacional em mulheres que antes não apresentavam a doença. "O diabetes gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é diagnosticada, pela primeira vez, durante a gravidez. Pode atingir até 7% das grávidas, mas não impede uma gestação tranqüila, quando é diagnosticado precocemente e recebe acompanhamento médico, durante a gestação e após o nascimento do bebê", explica a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional.
Várias são as mudanças metabólicas e hormonais que ocorrem na gestação. Uma delas é o aumento da produção de hormônios, principalmente o hormônio lactogênio placentário, que pode prejudicar - ou até mesmo bloquear - a ação da insulina materna. Para a maioria das gestantes isso não chega a ser um problema, pois o próprio corpo compensa o desequilíbrio, aumentando a fabricação de insulina. Entretanto, nem todas as mulheres reagem desta maneira e algumas delas desenvolvem as elevações glicêmicas características do diabetes gestacional. Por isso, é tão importante detectar o distúrbio, o mais cedo possível, para preservar a saúde da mãe e do bebê. "O tratamento do diabetes gestacional tem por objetivo diminuir a taxa de macrossomia – os grandes bebês filhos de mães diabéticas – evitar a queda do açúcar do sangue do bebê ao nascer e diminuir a incidência da cesareana”, explica a médica. Para a mãe, além de aumento do risco de cesareana, o diabetes gestacional pode estar associado à toxemia, uma condição da gravidez que provoca pressão alta e geralmente pode ser detectado pelo aparecimento de um inocente inchaço das pernas, mas que pode evoluir para a eclâmpsia, com elevado risco de mortalidade materno-fetal e parto prematuro.
Diante de tantos riscos potenciais, é essencial que as futuras mamães façam exames para checar a taxa de açúcar no sangue durante o pré-natal. "As grávidas devem fazer o rastreamento do diabetes entre a 24ª e a 28ª semana de gestação", diz a endocrinologista. Mulheres que integram o grupo de risco do diabetes devem fazer o teste de tolerância glicêmica, antes, a partir da 12ª semana de gestação. "Os exames são fundamentais para um diagnóstico preciso, porque os sintomas da doença não ficam muito claros durante a gravidez. Muitos sintomas se confundem com os da própria gestação, como vontade de urinar a todo momento, sensação de fraqueza e mais apetite", recomenda Ellen Paiva.

Importância da terapia nutricional
Diagnosticado o diabetes gestacional, a gravidez precisa ser cercada de novos cuidados. "O controle da alimentação, por exemplo, deve ser feito com a ajuda de um profissional capacitado. Dietas mal elaboradas podem interferir no desenvolvimento do feto. Dietas abaixo de 1200 Kcal/dia ou com restrição de mais de 50% do metabolismo basal não são recomendadas, pois estão relacionadas com desenvolvimento de cetose", diz a médica.
A terapia nutricional é um aliado importante. Para muitas mulheres é suficiente para manter a glicemia dentro dos valores recomendados pelo médico. "Na gravidez, a mulher deve ganhar um mínimo de peso, em geral entre 10 e 12 quilos, para mulheres que estão com o peso adequado. Suas escolhas alimentares devem ser saudáveis. Será necessário relembrar os conhecimentos básicos de nutrição. Por isso, a orientação de um nutricionista é recomendável", explica Ellen Paiva.
Dentre os objetivos da terapia nutricional deve constar, também, um limite para ganhar peso, recomendado às mulheres obesas. Isso é imprescindível, porque é mais freqüente que mulheres obesas desenvolvam diabetes durante a gestação. "O ganho de peso máximo recomendado para essa situação é de mais ou menos 7kg”, diz a diretora do Citen. A dieta pode ser acompanhada de exercícios leves como nadar ou caminhar.

Terapia insulínica
Caso haja dificuldade para atingir resultados satisfatórios do controle da glicemia somente com a dieta, há ainda a terapia insulínica, como uma alternativa de tratamento. "O tratamento com insulina está, em geral, indicado quando as taxas de glicose em jejum ficam acima de 105 mg/dl e as taxas de glicose medidas 2 horas após as refeições acima de 130 mg/dl", explica a endocrinologista Ellen Paiva.
É comum haver a necessidade de aumento das doses de insulina no final da gravidez, a partir do terceiro trimestre, porque a resistência à insulina, geralmente, aumenta neste período. No terceiro trimestre da gravidez, os níveis baixos de glicose que levariam à hipoglicemia são raros. Contudo, grávidas que usam insulina correm o risco de apresentar hipoglicemia. "Para prevenir os incômodos sintomas de uma crise de hipoglicemia, a gestante deve seguir o seu planejamento alimentar, respeitar os horários das refeições e fazer adequações necessárias em sua alimentação, quando for praticar algum tipo de exercício", recomenda a endocrinologista.

Controle da doença
Após o parto, geralmente o diabetes desaparece, mas essas pacientes têm grande risco de sofrerem o mesmo transtorno em gestações futuras e 20-40% de chance de se tornarem definitivamente diabéticas nos próximos 10 anos. "Além das complicações no pós-parto imediato, estudos demonstraram que os fetos macrossômicos têm risco aumentado de desenvolverem obesidade e diabetes durante a adolescência, por isso, os cuidados com a alimentação prosseguem após o parto, para mãe e filho", recomenda Ellen Paiva.

sábado, 28 de maio de 2011

Exames diagnósticos

Se você obteve um resultado positivo para a Síndrome de Down ou outra anomalia genética, saiba que há exames diagnósticos que podem definir com certeza se o bebê tem realmente uma anomalia ou não.

Os exames diagnósticos envolvem a retirada de uma amostra de placenta e do líquido amniótico ou de sangue fetal. Esta é então enviada à um laboratório especializado em anomalias cromossômicas ou genéticas para ser examinada.
Existem 2 principais exames:

- Biópsia vilo corial (BVC): O material para a biópsia é retirado com uma agulha, pela barriga, ou pela vagina, dependendo da posição da placenta ou até da preferência do especialista. Você será submetida a um ultra-som para determinar a posição da placenta, e talvez o médico lhe peça para encher a bexiga, tomando bastante líquido. No caso de punção transabdominal, pela barriga, o médico pode aplicar uma anestesia local antes de inserir a agulha.
Com a ajuda das imagens do ultra-som, o médico extrai com a agulha um fragmento dos vilos coriais (também chamados de vilosidades coriônicas), pequenas projeções da placenta. As células da placenta têm as mesmas informações genéticas das do bebê, por isso podem ser analisadas para determinar eventuais anormalidades. O sexo do bebê também é revelado pelo resultado, e é possível fazer até um exame de paternidade por DNA, assim como na amniocentese. 

- Amniocentese: É como se você estivesse fazendo um ultra-som, o médico vai utilizar estas imagens para se orientar e identificar um bolsão de líquido amniótico que esteja a uma boa distância da placenta e do bebê. Em seguida ele insere uma agulha comprida na barriga da mãe para retirar o líquido.
Você pode conversar com o médico antes para ver se ele prefere usar uma anestesia local, mas muitos especialistas acreditam que ela não é necessária. Através da agulha, o especialista retira uma pequena quantidade de líquido amniótico - cerca de duas colheres de sopa. O líquido contém células do bebê, substâncias e microorganismos que podem esclarecer muitas dúvidas sobre a saúde da criança.
O processo de localizar o melhor lugar para o exame, com a ajuda do ultra-som, pode levar até 20 minutos. A punção do líquido em si demora apenas cinco minutos. Depois que a agulha é retirada, a mulher pode sentir cólica. O médico vai monitorá-la para ver se o útero está contraindo, e ouvir o coração do bebê para garantir que ele não tenha sofrido nenhum estresse por causa do exame. 

Recebendo os resultados:  Geralmente eles demoram cerca de 2 à 3 semanas para ficarem prontos.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Meu bebê é Down - EDUCAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO

Um dossiê completo sobre a gravidez, os primeiros cuidados e o desenvolvimento de uma criança especial.

Por Mônica Brandão

Meu bebê é Down

34 - Eu e meu marido trabalhamos fora de casa. Meu bebê pode frequentar um berçário?

Caso ele não tenha outras complicações que exijam cuidados intensivos, pode ir sim. Melhor ainda se existirem pessoas com experiencia no assunto no berçário. Voce deve combinar a rotina do bebê, o que merece mais atenção, medicamentos, vitaminas e refeições que seu filho deve fazer - como acontece com qualquer mãe. A experiencia do berçário fará muito bem. Seu bebê entrará em contato com outras crianças desde cedo e poderá interagir, brincar, aprender com elas. A criança com Down precisa de muitos estímulos e nada melhor do que outras crianças para lhe proporcionarem isso.

35 - Como escolher uma escola para meu filho?

Em primeiro lugar, voce precisa confiar na equipe, gostar da ideologia do local, se sentir segura em deixar seu filho ali. Também é necessário observar se a escola está preparada para recebê-lo, se conhece o contexto da situação, se acredita na inclusão. Caso já atenda a outras crianças com deficiencia, será um bom sinal.
Nem sempre a que é considerada a melhor escola da cidade será a mais adequada para o seu filho. Ou aquela que voce estudou a infância toda. A filosofia da escola deve ser a de enxergar a criança como um indivíduo único, o que significa ver cada aluno como ele é, com as suas necessidades individuais, apresentando alguma deficiencia ou não. E os profissionais que ali trabalham devem estar comprometidos com isso e gostar do que fazem. Não adianta a escola dizer que é inclusiva e ter um elevador supermoderno com comando de voz se não tiver uma professora que limpe o nariz da criança com carinho.
No dia a dia, a criança com Down tem de estar em contato direto com os seus colegas, fazer o mesmo que eles. Não dá para o professor pensar: "Ele não vai conseguir mesmo, então vou deixá-lo de lado". Ela deve participar de todas as atividades. Mas isso não anula o fato de que talvez seja preciso um pouco de adequação e ajuda. Escolas e professores que conseguem entender essa sutileza são os melhores para crianças com a Síndrome.
Mas atenção: a escola não dará conta de tudo. Muitas vezes, a criança com Down precisa de outros apoios para trabalhar alguma limitação. Se o bebê apresentar problemas motores ou dificuldades para pegar um lápis, por exemplo, precisará de trabalhos paralelos com uma fisioterapeuta.   

36 - Como vai ser o aprendizado dele?

A criança com Down aprenderá tudo, mas no seu tempo. Quanto mais estímulos e interações ela tiver, melhor. O contato com os coleguinhas do berçário e da escola vai incentivá-la a tentar fazer tudo o que eles fazem: pular, correr, desenhar, contar histórias e lidar com os números e as primeiras letras. Algumas vezes, voce pode até sentir que ela está "atrasada" em relação aos amiguinhos. Não faça comparações. Isso não é aconselhável para nenhuma criança, com deficiencia ou não. E as escolas não trabalham mais com esse conceito. Cada criança tem seu ritmo de aprendizado e isso deve ser respeitado. 

37 - Qual deve ser o meu objetivo na hora de educar meu filho com Down?

O mesmo que voce teria se ele não tivesse a Síndrome: ensinar os seus valores, a vida em sociedade, os limites e prepará-lo para ter o máximo de autonomia que conseguir. Seu filho pode ter alguma limitação por causa da Síndrome, mas, quanto mais a família acreditar que ele é capaz, mais ele será mesmo. Por isso, cuide de detalhes do seu desenvolvimento, como proporcionar estímulos, interações, experiencias, boa visão e audição, medicamentos para possíveis problemas. Assim voce diminuirá as complicações que podem prejudicar a busca por autonomia no futuro. E imponha limites - não é porque ele tem uma deficiencia que poderá fazer tudo. Os limites o ensinarão a viver com as outras pessoas. Não se engane: todo esse processo é válido para qualquer criança, tenha ela deficiencia ou não. 

38 - Preciso incentivar a vida social do meu filho?

Sim, precisa, uma vez que a criança com Down geralmente tem muitos compromissos médicos e isso toma o tempo em que ela naturalmente iria se relacionar com os vizinhos, os amiguinhos do prédio e parentes. Os pais precisam ficar atentos, investir mais na socialização. É natural que eles fiquem muito preocupados com as questões médicas, para manter a saúde do filho em dia, e esquecer completamente esse lado. Ir a um berçário ou escola ajuda bastante: ela terá de lidar com crianças da sua idade e fará amizades. 

39 - Como eu lido com o preconceito?

A melhor maneira é respirar fundo, ter paciencia e ensinar ao outro o que significa realmente ter Down. Existem muitos mitos envolvendo o assunto e as pessoas terminam assustadas e cheias de fantasias. Voce poderá escutar bobagens como "não quero que meu filho brinque com uma criança doente" ou "ele mordeu meu filho só porque tem Down" e terá de lidar com isso e explicar a pessoa que nada disso é verdade: que seu filho brinca normalmente e, como qualquer criança, pode morder o coleguinha. Hoje em dia, as pessoas estão mais informadas. Uma boa conversa e, principalmente, a convivencia com o seu filho mostrará a elas que não é necessário ter tais sentimentos. A maioria, segundo os especialistas, acaba ajudando e se apaixonando pela criança. Muitas vezes, os pais ficam receosos pelo filho com Down e depois descobrem que o mundo lhe trata muito bem. Mas, caso voce se sinta desrespeitada, conversar com outros pais ou nos grupos de apoio pode ajudá-la a lidar com a situação. 

40 - Por que não devo esconder meu filho do mundo?

Alguns pais não conseguem lidar com o preconceito e, até para preservar o filho, preferem resguardá-lo em casa. Não faça isso. A criança perde possibilidades de interações que a ajudariam muito em seu desenvolvimento. Acredite: mesmo pais cujos filhos não apresentam deficiencia também precisam muitas vezes passar por cima de seus medos para agir da maneira correta. É o caso de uma mãe tímida, por exemplo, que precisa sair do seu casulo para que o filho tenha vida social. Caso seja necessário, peça ajuda a grupos de apoio, amigos, parentes, outras famílias com Down. Sair de casa e viver normalmente fará bem para toda a família. 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

13 Semanas

Bem-vinda ao 2ª trimestre!!!
Para a maioria das gestantes é nesta fase que os sintomas desconfortáveis da gravidez começam a desaparacer e assim começamos a curtir mais cada minuto desta nova experiência.
Os altos níveis de hormônio presentes no início da gestação começam a diminuir, o que contribui com o desaparecimento ou minimização dos enjôos e da fadiga.
A taxa de risco do aborto espontãneo foi reduzida para menos de 1% após a 12ª semana, o que nos dá um grande alívio.
 Este é um bom momento para espalhar a notícia emocionante de sua gravidez (caso ainda não tenha feito isso) às pessoas emportantes da sua vida, antes que elas descubram sozinhas ou por outras pessoas.
Conforme seu útero cresce para acomodar o bebê, é comum que você sinta leves pontadas na região pélvica. Não se preocupe, isto é normal e você aos poucos vai achar posições que auxiliem na diminuição e tá desaparecimento delas. Caso a dor persista, saiba que você pode tomar paracetamol durante a gravidez, porém é recomendado que seu obstetra lhe passe a quantidade e o intervalo de tempo correto entre cada comprimido, a fim de evitar a ingestão demasiada. Tomar banho quente também pode ser uma boa saída patra aliviar as pontadas.

Enquanto isso... na nossa barriga:


- Os braços e as pernas alongam-se rapidamente e desenvolve-se o controle muscular.

- Os olhos moveram-se mais para o meio da face, mas ainda estão bem fechados.

- As articulações do joelho amadureceram e dos dedos dos pés estão distintos.

- Na bolsa amniótica há espaço livre para a movimentação e ele está bastante ativo. O líquido amniótico amoretece os chutes e volteios, e você ainda não os sente. Conforme ele vai crescendo a bolsa também aumneta seu tamanho, dando-lhe total liberdade de movimentação.

- O corpo do bebê não tem tecido adiposo e sob a pele delicada, os ossos parecem proeminentes.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Meu bebê é Down - DESENVOLVIMENTO

Um dossiê completo sobre a gravidez, os primeiros cuidados e o desenvolvimento de uma criança especial.

Por Mônica Brandão

Meu bebê é Down

23 - Como é o desenvolvimento de uma criança com Down?

Não existe um padrão. Assim como qualquer criança, as que possuem Síndrome de Down irão se desenvolver diferentemente umas das outras. Jamais a compare com outras crianças, pois ela terá seu próprio ritmo. E ele dependerá muito das complicações associadas, mas principalmente do apoio dos pais e dos estímulos que irá receber. Ela passará por todas as fases que as outras crianças passam, na mesma sequencia, mas no tempo delas. Por exemplo, seu filho vai aprender a andar, amarrar o tenis, escrever. Mas isso talvez aconteça um pouco depois do que seus colegas sem Síndrome. Falamos talvez porque, mesmo com o possível comprometimento intelectual, com diversas interações e estímulos, ela poderá surpreender a todos e aprender até antes. É preciso, como acontece com qualquer pai, apostar na criança e respeitar seu ritmo.
No passado, crianças que nasciam com Síndrome de Down viviam reclusas e eram tratadas como doentes incapazes de aprender algo ou conquistar alguma autonomia. Como viviam cheias de restrições, realmente conseguiam se desenvolver muito pouco. Hoje, graças a mudança de visão dos médicos e da sociedade em geral e dos avanços da medicina, elas possuem uma vida normal, são capazes de viver com suas limitações e conviver socialmente. E, no futuro, estudar, trabalhar, casar e viver com autonomia. Tudo isso depende de os pais acreditarem nelas, abrirem possibilidades, deixarem-nas viver. 

24 - Seu ganho de peso e altura será igual ao de outras crianças?

Não. A Síndrome afeta um pouco a forma como essa criança cresce. Por isso, elas possuem uma Curva de Crescimento própria, diferente das crianças que não tem a deficiencia. Geralmente, até os 5 anos, são mais magras do que os outros bebês e crescem muito lentamente durantes os tres primeiros anos de vida. É importante que o pediatra use essa curva específica ou leve em conta o próprio ritmo da criança, pois, se ficar comparando-a com a maioria das crianças, causará uma ansiedade desnecessária nos pais, achando que existe um problema onde não há. 

25 - Como será seu temperamento?

Não existe um temperamento característico de crianças com a Síndrome de Down. Cada uma tem sua personalidade. Ela pode variar muito e dependerá do seu contexto de vida. Antigamente, acreditava-se que elas eram mais agressivas ou mais dóceis. Não é verdade. Seu filho será agressivo se viver em um ambiente assim. E será dócil se viver com outras pessoas assim. Como ocorre com qualquer criança, ele aprenderá observando o que os pais e outros adultos cuidadores fazem. Caso sua família seja amorosa, trate com educação as outras pessoas e respeite um ao outro, com certeza seu filho seguirá o exemplo. 

26 - Meu filho vai falar normalmente?

Algumas características das crianças com Down, como a flacidez muscular e a protrusão da língua, dificultam a sua fala. E ela é muito importante para o desenvolvimento da criança e sua autonomia. Por isso, desde os primeiros dias, é preciso investir para desenvolver melhor essa habilidade. A orientação de um fonoaudiólogo é fundamental para ajudar, mas é preciso também estar atento a problemas de audição, dentários e musculares, que podem prejudicar o aprendizado. Voce deve falar bastante com o seu filho, estar disponível para as primeiras conversas cheias de sons desconhecidos e estimulá-la a pedir o que quer. A tendencia dos pais é proteger e dar o copo de água assim que ela o aponta. Incentive para que ela fale, repita as palavras. Aprender a se comunicar será a melhor forma de ela se dar bem no mundo. Aliás, isso vale para qualquer criança. 

27 - Meu filho vai engatinhar, andar, correr?

Sim, fará tudo o que uma criança sem a Síndrome faz, mas aprenderá tudo isso em um ritmo próprio - a exceção é quando existe algum comprometimento além da Síndrome. Mais uma vez, aposte no seu filho. Troque a ansiedade por aquilo que ela ainda não faz pela alegria do que ela já consegue fazer. Seu desenvolvimento psicomotor é prejudicado pela hipotonia, um problema no tônus muscular que também varia de criança para criança. Por isso, algumas firmam o pescoço antes e outras sentam muito depois. Desde o nascimento, seu filho precisa ter o acompanhamento de um fisioterapeuta que analisará suas características e trabalhará toda a sua parte motora. E, quanto mais ele tiver espaço em casa ou nos passeios, para se movimentar e se exercitar, melhor. 

28 - Por que devo cuidar da visão e da audição do meu filho com muita atenção?

Segundo os especialistas, cerca de 50% das crianças com Síndrome de Down tem dificuldades para ver de longe e 20% de perto. Nada que óculos e, mais futuramente, cirurgias de correção não resolvam. O fato é que esses problemas podem prejudicar seu desenvolvimento, atrasando o seu tempo de conquistar o equilíbrio e andar, por exemplo. Por isso, desde a maternidade, é necessário fazer exames com o oftalmologista, que devem se repetir anualmente. Já as complicações auditivas aparecem em cerca de 60% das crianças com Down e também merecem exames periódicos desde o nascimento. Principalmente porque elas tendem a ter muitas otites. Quando a criança não escuta corretamente, tem mais dificuldades para falar - lembre-se de que elas aprendem por repetição. E suas interações, tão importantes para o seu desenvolvimento, também ficarão prejudicadas. 

29 - Com o que mais devo me preocupar quando se trata da saúde de uma criança com Down?

Isso vai depender se ela apresenta ou não as complicações associadas com a Síndrome. Uma criança com má formação cardíaca, por exemplo, precisa ser seguida de perto por um cardiologista. Quem tem hipotireoidismo - problema presente em cerca de 15% dos Downs e que pode prejudicar muito o seu crescimento - precisa fazer exames periódicos para controlá-lo. Fique de olho também nas gripes, nos resfriados e nos problemas respiratórios frequentes. Se não são cuidadas no princípio, podem virar complicações mais sérias, como a pneumonia. No geral, a única diferença que uma criança com Down exige é que os tratamentos ocorram mais rapidamente. Combine a melhor estratégia com o seu pediatra. 

30 - Posso dar papinha normalmente?

Sim, pode. Não há nada de específico na alimentação de um bebê com Down. A introdução dos alimentos sólidos é igual a de outras crianças, respeitando a evolução da textura e o início de certas comidas. Mas a época em que isso vai acontecer precisa ser combinada com o pediatra. Ela pode demorar um pouco mais para aprender a levar o alimento ao fundo da boca e engolir, em vez de mexer a língua para a frente e para trás, como fazia para sugar o peito da mãe. O médico poderá ensinar maneiras de estimulá-lo e com o tempo o bebê comerá normalmente. 

31 - Como eu estimulo meu bebê?

Deixe-o viver e o acompanhe. Trate seu bebê normalmente, sem restrições por ele ter uma síndrome. Mostre brinquedos coloridos, cante para ele, deixe outras pessoas interagirem. E apresente-lhe o mundo. Com o tempo, ele descobrirá as cores, as formas, as texturas, os sons, os cheiros. Converse com ele o tempo todo, contando o que voce está fazendo, mostrando os objetos do seu cotidiano. E vá passear nos parquinhos e nas praças perto de casa, deixando que ele tenha contato com outras crianças. No começo, voce pode ficar ansiosa, com receio de como as outras pessoas irão tratá-lo. E os sentimentos de angústia que viveu quando soube do diagnóstico podem voltar. É necessário trabalhar isso e vencer o medo, pois voces dois terão de enfrentar esse tipo de situação sempre. Por que não chamar uma amiga ou um parente para ir junto da primeira vez e dar a voce mais confiança? Converse com outros pais e descubra a sua melhor maneira de lidar com a situação. 

32 - É preciso ter muito dinheiro para criar uma criança com Síndrome de Down?

Não. Muita gente acredita que, quanto maior os recursos financeiros, mais uma criança com Síndrome de Down pode se desenvolver. Não é verdade. Primeiro porque existem vários órgãos do governo que oferecem assistencia gratuita (fisioterapeutas, fonoaudiólogos...). E depois porque os estímulos e as interações vividos com os pais é o que mais o fará se desenvolver. Uma mãe que leva seu filho ao médico de ônibus e vai conversando com ele sobre o caminho e mostrando o mundo está interagindo muito mais do que pais com muito dinheiro, que proporcionam os melhores médicos e cursos, mas não conversam com a criança. 

33 - Como lidar com os irmãos?

Quanto mais naturalmente a Síndrome de Down for tratada na família, mais os irmãos seguirão o exemplo. Crianças não tem os mesmos sentimentos e expectativas dos adultos e vão ver o irmão Down como outra criança qualquer, disposta a brincar e se divertir. Pode ser difícil no começo, mas distribua sua atenção com justiça. O filho Down não precisa ser o mais mimado nem tratado como o protegido nas brincadeiras. Os irmãos devem ter cuidado apenas porque ele é uma criança menor e não por que tem a Síndrome. 

domingo, 22 de maio de 2011

Manchas na pele durante a gravidez

O problema é bastante comum devido a variações hormonais típicas do período. A boa notícia é que dá para amenizá-las
 
Lígia Menezes

Manchas na pele durante a gravidez  
 
1. Por quê, em algumas mulheres, aparecem manchas no rosto durante a gravidez?

As manchas na pele, chamadas de melasma ou cloasma, podem surgir a qualquer momento, e não apenas na gestação. Isso porque, além de serem hereditárias, são desencadeadas por alterações hormonais e exposição ao sol e ao calor. Logo, um simples cisto no ovário ou a mudança de anticoncepcional, por exemplo, podem fazer com que elas pintem a pele.
No rosto, são frequentes nas protuberâncias ósseas. “E a grande quantidade de hormônios da gestação estimula as células responsáveis pela pigmentação, tornando-as hiperativas”, explica o ginecologista Eliseu Tirado, do Hospital Bandeirantes, em São Paulo.

2. Pintas e sardas também podem aparecer durante a gestação?

Sim, aliadas a vasinhos no rosto, perto do nariz, cuja formação também é induzida pelos hormônios. “Inclusive, as pintas já existentes podem aumentar de tamanho”, diz a dermatologista Kátia Lutfi, de São Paulo.

3. E no corpo, que tipos de manchas costumam surgir?

Não raro, aparecem pintas pelas costas e no colo, além de descamações na pele. Sem contar as regiões da genitália, o períneo, as axilas e a parte interna das coxas, que também tendem a escurecer um pouco. A “marca” mais comum na gravidez, porém, é a chamada linha nigra, caracterizada por uma linha escura entre o umbigo e os pelos pubianos. “Essa, porém, desaparece logo após o parto”, garante a dermatologista Bianca Maldaun, de São Paulo.

4. É verdade que os seios também podem ficar manchados?

Não. Segundo o dermatologista Agnaldo Augusto Mirandez, diretor da Clínica Perfetta, de São Paulo, o que ocorre nos seios não são manchas, e sim o escurecimento das auréolas mamárias devido ao fortalecimento natural da pele, para a amamentação.

5. Há meios de prevenir e evitar as manchas durante a gestação?

O melasma é hereditário. Portanto, é bom investigar se sua mãe, avó ou tias apresentaram escurecimento de pele durante a gravidez. Em caso positivo, é preciso redobrar a proteção solar nessa época, pois a exposição ao sol pode desencadear ou agravar o problema. Vale consultar seu dermatologista e pedir um protetor solar indicado para o seu tipo de pele.
Além disso, evite entrar em locais muito quentes e fechados, como um carro exposto ao sol durante muito tempo – isso também pode intensificar o quadro.

6. Existe tratamento?

Sim. Segundo a ginecologista Elisabete Dobao, do Rio de Janeiro, existem diversos tipos de tratamento para as manchas, que vão desde o uso doméstico de cremes clareadores até a aplicação de ácidos para peelings, tratamento com laser e luz pulsada, também feita em consultório. Porém é preciso esperar o bebê nascer para iniciá-los. Apenas um dermatologista poderá avaliar cada um dos casos e receitar a melhor maneira de atenuar ou até dar fim ao problema. 

sábado, 21 de maio de 2011

Dor de estômago na gravidez é problema para lá de comum

Dor, queimação e mal-estar são reclamações corriqueiras entre boa parte das grávidas. Entenda por que o estômago é tão afetado na gestação e ainda como amenizar esses incômodos
 
Por Ligia Menezes

Dor de estômago na gravidez é problema para lá de comum


1. Por que é tão comum sentir dores de estômago na gestação?

Na gravidez, o estômago libera uma quantidade maior de enzimas digestivas, responsáveis pela quebra do alimento, principalmente nos quatro primeiros meses. Isso pode se traduzir em queimação e dor. E, de acordo com o ginecologista Eliseu Tirado, do Hospital Bandeirantes, de São Paulo, o incômodo pode ser ainda maior nas mulheres que já apresentavam, antes da gestação, problemas como refluxo, gastrite ou úlcera.
“Além disso, nessa fase, uma válvula, que se encontra entre o estômago e o esôfago, tem seu funcionamento prejudicado. A consequência é o retorno do suco gástrico, o que também traz a sensação de mal-estar”, completa o ginecologista paulista José Bento de Souza. O excesso de nervosismo e a ansiedade, muitas vezes comuns no período, podem piorar ainda mais o quadro de dor.

2. Toda gestante sofre com o problema?

Não, mas ele é bem comum. Isso porque, durante a gestação e com o crescimento do útero, o estômago e outros órgãos acabam sendo comprimidos. “O útero cresce, em média, 4 centímetros por mês”, diz o ginecologista Eliseu Tirado. Fazer pequenas refeições, ao longo do dia, ajuda a aplacar a fome sem causar episódios de dor. Exagerar na quantidade das porções tem o efeito contrário: é dor na certa. 

3. O processo digestivo da grávida é prejudicado?

Sim. Não só o funcionamento do estômago sofre danos mas também o intestino, que trabalha em ritmo mais lento por causa da ação dos hormônios típicos da gestação. Daí muitas mulheres se queixarem de problemas de “intestino preso” nessa fase. “Muito comum ainda é o aparecimento de hemorroida, devido à dilatação das veias”, explica Bruno Zilberstein, diretor do Serviço de Cirurgia Bariátrica do Hospital Bandeirantes, de São Paulo, e professor associado do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP. 

4. Como amenizar esses incômodos?

Algumas medidas simples podem reduzi-los. Aumentar a quantidade de alimentos ricos em fibras dá uma força ao intestino. Assim como beber muita água ou suco ao longo do dia. Para diminuir a dor no estômago, vale evitar pratos gordurosos, mastigar várias vezes a cada garfada e não exagerar nas porções. Não tomar líquidos nas refeições também é uma boa pedida. 

5. Tudo bem tomar remédios para queimação e dor de estômago?

Sim, é possível acalmar a dor com medicamentos desde que eles sejam receitados pelo obstetra, que saberá indicar as fórmulas permitidas para a gestante.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

12 Semanas

É provável que nesta semana você faça seu 1° ultrason. Muita anciedade???
O 1° ultrasom é tranquilizador, pois é realizado para checar o progresso e o desenvolvimento do bebê.

Seu rosto está cheio de espinhas? Parace que voltou à adolescência? Não se preocupe, durante a gravidez sua pele está suscetível a alterações. Algumas mulheres desenvolvem manchas ou acne, devido aos altos níveis de progesterona. O contrário também pode acontecer e você acabar ficando com a pele seca. A secura pode piorar na região abdominal à medida que o bebê se desenvolve e sua pele estica.

Enquanto isso... na nossa barriga:



- A cabeça agora está mais arredondada. Os ossos da frente do crânio continuam a se expandir e a recobrir a cabeça, protegendo as estruturas do delicado cérebro que está ali. O ponto mais frágil, a moleira, entre os ossos do crânio, no centro, continua a se desenvolver durante a gravidez e a infância.

- A boca pode abrir e fechar, permitindo que o bebeê engula e boceje.

- O coração do bebê é rápido, cerca de 160 batimentos por minuto, o que é um batimento 2x mais rápido que o nosso. Entre a 11ª e 13ª semanas os batimentos já podem ser ouvidos através do estetoscópio.

- O cordão umbilical está completamente formado, assegurando que os nutrientes vitais de sua corrente sanguínea, como a glicose, sejam transportados para o bebê por meio da placenta. O cordão alonga-se durante a gestação.

- Os intestinos, antes alojados na base do cordão umbilical, moveram-se para dentro da cavidade abdominal, onde agora há espaço.

- Seu útero está começando a se erguer, saindo da cavidade óssea da pelve.
- As orelhas estão quase em posição definitiva na cabeça.

- Os membros estão completamente formados e estão crescendo; o bebê vai mexer-se, multiplicando suas posições.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Meu bebê é Down - NASCIMENTO

Um dossiê completo sobre a gravidez, os primeiros cuidados e o desenvolvimento de uma criança especial.

Por Mônica Brandão

Meu bebê é Down

11 - Como os médicos descobrem que o bebê tem Síndrome de Down depois do parto se ele não foi diagnosticado durante a gestação?

O obstetra pode levantar a hipótese da existencia da Síndrome de Down ao ver a face do bebê assim que ele nasce. Mas nem todos apresentam alterações reconhecíveis nesse primeiro momento. O pediatra que examinará o bebê em seguida para o teste de Apgar tem mais chances de notar algo, mas o teste em si não aponta nada - muitos bebês com Down tem boas notas. É mais provável que as desconfianças apareçam nas primeiras horas no berçário, quando o bebê é observado com mais calma. Caso existam muitas evidencias da Síndrome, o obstetra ou o pediatra irá conversar com os pais. O próximo passo é fazer um exame do cariótipo do bebê que irá analisar seus cromossomos e dizer com exatidão se a Síndrome está presente ou não. O resultado pode demorar até duas semanas para sair, o que geralmente causa certa ansiedade. Mas raramente os médicos erram em suas primeiras avaliações.

12 - Qual a melhor maneira de lidar com as emoções nesse momento?

Casais que ficam sabendo da Síndrome logo depois do parto passam pelo choque, sentimento de negação e culpa, e precisam de um tempo para assimilar a notícia. Quem se preparou durante a gravidez estará mais calmo para lidar com a realidade do novo bebê. Mesmo assim, é possível que vários sentimentos iniciais voltem a tona. O melhor é descansar e, assim que estiver liberado, curtir o bebê. Ao pegá-lo no colo, amamentá-lo, passar um tempo com ele, voce ficará mais tranquila para compreender a novidade. Conforme o bebê responde aos estímulos, sorri e interage, isso vai ajudar a família a administrar a situação. É preciso entender que ele será um bebê tão fofo quanto os outros e dará muito prazer com suas conquistas. Mesmo que os sentimentos sejam confusos e alternados, se de o direito de curtir seu novo papel de mãe. Vista seu filho com as roupinhas que escolheu para esses dias, mime-o, coloque o enfeite na porta do quarto, distribua as lembrancinhas para as visitas. 

13 - Qual a melhor maneira de lidar com parentes e amigos?

Não existe uma maneira certa, e sim a maneira que voce e seu companheiro conseguirem, dependendo de como estão os seus sentimentos. Quando os pais aceitam a Síndrome e a tratam de forma natural, a tendencia dos parentes e amigos é fazer o mesmo. Lembre-se de que eles ficarão tão chocados quanto voce e também necessitarão de um tempo para assimilar a novidade. Contar o que realmente significa uma criança ter Down também ajuda a afastar ideias antiquadas. Nesse momento, é voce e sua família que precisam de auxílio, então mantenha por perto parentes e amigos que consigam entender e ajudar. Quando achar que a atitude de alguém está lhe fazendo mal, não tenha receio de gentilmente afastá-lo. Não deixe que ninguém tire a alegria e o brilho desse momento em sua vida, mesmo que ele esteja acontecendo de forma diferente do esperado. 

14 - Como contar aos irmãos?

Quando eles são pequenos, não há muito que explicar. Mas nada de ficar com conversas escondidas e cochichos. Crianças tem uma capacidade enorme de captar as emoções do ambiente e saberão que algo está errado. Eles não devem associar a Síndrome com algo triste. Quanto mais os pais aceitarem os fatos e tratarem isso com naturalidade, mais será natural que eles façam o mesmo. Crianças com mais de 4, 5 anos já serão capazes de entender um pouco que o novo irmão não é como eles. Explique a situação de forma coerente com a idade da criança. Dizer, por exemplo, que a irmãzinha crescerá bem, mas aprenderá talvez de forma mais devagar que eles é uma boa forma de entenderem. 

15 - Que tipos de cuidados especiais meu bebê precisará nesses primeiros dias?

Depende de como ele nascer. A Síndrome de Down pode estar associada a outras complicações, como cardiopatia, problemas neurológicos, metabólicos, de audição ou visão. Nas primeiras horas no berçário, são feitos vários exames e testes, como o do pezinho, da orelhinha, oftalmológicos e físicos, para verificar se o bebê tem algo, se precisa de uma intervenção de urgencia - como uma operação cardíaca - ou apenas um tratamento. Ele passará pela avaliação de um fonoaudiólogo, que ajudará nas primeiras mamadas, e um fisioterapeuta, que analisará sua hipotonia, além de ensinar aos pais como exercitar seu bebê para que ela diminua. É aconselhável uma visita ao pediatra assim que o bebê sair da maternidade para que ele o acompanhe desde cedo e oriente os próximos passos. 

16 - Poderei amamentar meu bebê?

Claro! A amamentação é ótima para o bebê com Down. O leite materno ajuda a criar anticorpos e desenvolver sua imunidade. Ele diminui o risco de infecções, muito comuns em quem tem a Síndrome. O ato de sugar o peito da mãe é difícil para esse bebê, mas o ajudará a preparar sua musculatura para mais tarde mastigar e falar. A equipe da maternidade dará orientações de como ajudar o bebê a pegar o peito e sugar de forma correta. Como acontece geralmente em todas as famílias, o primeiro mes pode ser mais difícil, pois ele e voce estão se adaptando. Não desista. Procure ajuda nos grupos de apoio se necessário. 

17 - Como escolher o pediatra?

Caso a família já tenha um bom médico, o melhor é continuar com ele, desde que o profissional esteja disposto a cuidar dessa criança, tenha conhecimento sobre o assunto e se atualize. No geral, os cuidados com a puericultura e a alimentação são iguais aos de outros bebês. Mas o Down apresenta certas peculiaridades que necessitam de atenção: é preciso prevenir doenças e ficar atento a hipotireoidismo, doença celíaca, alterações auditivas e visuais. Se o profissional não está preparado, pode deixar passar um diagnóstico importante. No caso de não ter um médico, procure um especializado no assunto.
É bom lembrar que o pediatra vai gerenciar os outros médicos (fonoaudiólogos, fisioterapeutas, cardiologistas e psicólogos, entre eles). É ele quem centralizará as informações sobre a criança e fará a comunicação entre a equipe. Por isso, é uma pessoa que deve estar disponível emocionalmente para isso. 

18 - Como são os primeiros dias em casa?

Os primeiros dias do bebê em casa são muito parecidos com os de qualquer bebê. Tudo parece muito caótico, uma vez que todos estão se adaptando a nova realidade - os novos papéis de mãe e pai, ter um novo filho e irmão etc. No caso do Down, isso pode significar mais idas aos médicos e certos cuidados específicos, dependendo de como ele nasceu. Como ocorre em qualquer família, quanto mais os pais estiverem tranquilos, mais fácil será. E quanto mais preparados, melhor. Isso significa ter tudo certo com o quarto do bebê e seu enxoval (lembre-se das fraldas!) apoio para o cotidiano doméstico da casa, ter um bom pediatra a mão e, se necessário, outros especialistas. Converse com outros pais para descobrir o que foi legal para eles e que voce pode aproveitar. Existem famílias que gostam de ficar totalmente sozinhas curtindo o bebê enquanto outras colocam os parentes para morar na casa durante o primeiro mes. Descubra o que lhe fará mais feliz. 

19 - Depois da chegada em casa, quais devem ser os cuidados com a saúde do meu filho?

Voce sairá da maternidade com algumas recomendações específicas que dependem das condições do seu bebê. E o pediatra também dará orientações. Uma boa ideia é procurar um Programa de Intervenção Precoce, que irá ajudar no desenvolvimento do seu filho - o próprio hospital, pediatra ou grupos de apoios podem sugerir um. Quanto mais cedo começam os cuidados, mais o bebê terá chances de se desenvolver como os colegas de berçário. Por exemplo: o Down costuma nascer com uma protrusão da língua que mantém a boca aberta durante o tempo todo. Por isso, ele baba e pode ter dificuldade para mamar, comer e falar. Com a ajuda de um fonoaudiólogo, será treinado para conseguir tudo isso. A hipotonia também será trabalhada por um fisioterapeuta para que o bebê firme sua coluna, sente e ande normalmente. Esses profissionais irão ensinar as atividades para que toda a família participe e ajude a criança a se desenvolver melhor. Lembre-se de estar atenta a visão e a audição do bebê. Muitas vezes, dificuldades na hora de andar e estudar tem a ver com o fato de a criança não ouvir ou ver corretamente e não necessariamente com problemas físicos ou neurológicos.
Quando os pais não tem a iniciativa de procurar ajuda, correm o risco de prejudicar o desenvolvimento do filho. Uma das consequencias da Síndrome de Down é certo comprometimento intelectual e, para que se desenvolva toda a potencialidade da criança, o ideal é começar cedo. 

20 - Meu filho pode receber as vacinas tradicionais?

Pode e deve! A vacinação é muito importante para os bebês com Síndrome de Down, pois uma de suas particularidades é a baixa imunidade. A vacina previne doenças que podem interferir no seu desenvolvimento. Eles devem seguir o Calendário de Vacinação atual, lembrando que precisam receber todas as vacinas, incluindo as pagas, que ainda não fazem parte do calendário oficial do Ministério da Saúde oferecidas nos Postos. Nos Centros de Referencia para Imunobiológicos Especiais (Crie), encontrados em todo o país, o governo disponibiliza essas vacinas gratuitamente para crianças com deficiencia. 

21 - É verdade que meu filho terá mais problemas de saúde do que os outros bebês?

Justamente por sua baixa imunidade, os bebês com Down podem apresentar mais problemas de saúde, sim. Por causa das particularidades de sua anatomia e da flacidez da musculatura do trato respiratório, é mais difícil para eles drenar as secreções corporais. Por isso, podem ter mais infecções, otites e problemas respiratórios, que precisam ser cuidados rapidamente para não evoluírem e se tornarem algo mais sério. Nada que pais atentos não deem conta de controlar. No começo da crise, procure um médico. Caso prefira ir a um pronto-socorro (as vezes, ele está mais a mão), não se esqueça de comunicar o pediatra sobre o ocorrido. Lembre-se de que ele precisa centralizar todas as informações. E saiba que é necessário ser mais cuidadoso com a situação, por isso provavelmente seu filho fará mais exames do que um bebê sem a Síndrome. Como esses problemas podem ser constantes, vale conversar com o pediatra para achar alternativas aos antibióticos e trabalhar com a prevenção. 

22 - Ter um filho com Síndrome de Down pode acabar com meu casamento?

Não. Uma pesquisa feita pelo psicólogo ingles Cliff Cunningham e publicada em seu livro Síndrome de Down - Uma introdução para Pais e Cuidadores (ed. Artmed) mostrou que os conflitos no casamento não são maiores entre os casais que tem filhos com Down. Ter um filho nessas condições parece não causar mais problemas no relacionamento. Ao contrário: casais que tinham uma boa relação disseram que o nascimento de um filho assim os uniu mais, além de se tornarem seres humanos melhores. Na verdade, a chegada de um filho sempre potencializa o que o casamento tem de bom, mas também o que tem de ruim. Se a relação era forte antes, ela sobreviverá. Caso contrário, o casal pode se separar. Mas o Down não será a causa. 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Estrias na gravidez: como vencer essa guerra

Chega a época da gravidez e eis que surgem vilões para atormentar a vida da mamãe: as estrias. São temidas pela grande maioria das futuras mamães e se instalam principalmente na região abdominal e dos seios.
O bom é saber que tem como reduzir ou até prevenir o aparecimento das estrias, desde que haja cuidados na pele antes, durante e depois da gestação.
As estrias, explica a fisioterapeuta Renata Silvestrin, são cicatrizes ocasionadas pelo rompimento das fibras elásticas e de colágeno geradas por estiramento excessivo ou rápido da pele e por mudanças hormonais que acontecem durante a gravidez.
Mulheres que tem mães ou avós com estrias ou que tiveram durante a gravidez estão mais propensas ao aparecimento dessas pequenas cicatrizes.
O estiramento excessivo ou rápido da pele pode ocorrer durante a gravidez com um grande aumento de peso e esse é o motivo principal do aparecimento das estrias, principalmente aliado com o fator hereditário.
"Com o rompimento das fibras, o sangue inunda a região, formando uma pequena cicatriz avermelhada e com o passar do tempo se tornam mais claras e mais difíceis de serem tratadas", conta Renata Silvestrin.

Cuide bem da pele e controle o peso - A pele tem que estar hidratada para que as fibras de colágeno e elastina agüentem a pressão que o crescimento da pele faz durante a gravidez, principalmente na região da barriga e seios. Produtos que contenham em sua fórmula uréia (máximo 3%), lactato de amônia, colágeno, elastina, vitamina E e óleos vegetais são recomendados antes da gravidez e durante a gravidez.
Mulheres com predisposição ao aparecimento das estrias podem diminuir o rompimento das fibras, mas dificilmente irá evitá-las totalmente. As que não têm esse histórico podem até se privar da convivência com essas cicatrizes.
Durante a gravidez, o ideal é engordar somente o recomendado, isto é, até 12 quilos durante os nove meses para evitar o excessivo estiramento da pele. O uso dos hidrantes deve continuar ou ser começado assim que souber da gravidez pelo menos duas vezes por dia, de manhã e à noite.
Cuidado ao utilizar o hidrante nos seios: a região dos mamilos deve ser evitada, pois estão se preparando para a amamentação e o uso do hidratante pode deixá-los com a pele mais fina e sensível podendo ser causa das rachaduras durante a sucção do bebê quando nascer.
"Nutrindo e hidratando a pele antes e depois da gravidez e não engordando demais durante a gestação são atitudes essenciais para alguns tratamentos em clínicas estéticas e dermatológicas pós-gravidez e até pós-amamentação que podem melhorar e muito o aspecto das estrias que aparecerem durante o período da gestação", informa a fisioterapeuta.
Os tratamentos devem ser indicados por profissionais especializados e a maior parte deles só poderá ser realizado após o período de amamentação. O objetivo é estimular a produção de novas fibras de colágeno e elastina na região das estrias deixando-as mais finas e menos aparentes.

Escolha boas roupas - As roupas íntimas devem ser confortáveis, ajudando na prevenção das estrias. Os sutiãs devem ser reforçados, suportando o crescimento e o peso que aumentam significativamente durante a gestação.

Dicas
Mesmo para passar na sua pele um hidratante que já conhece e já usou, a mamãe deve procurar o seu médico para saber se há alguma substância na sua fórmula que possa prejudicar o desenvolvimento da gravidez.
Não há milagre, não há cura. O bom é prevenir. Os tratamentos têm o objetivo de amenizar as cicatrizes.
Engordar demais durante a gravidez é prejudicial para a saúde da mulher, do bebê e para a aparência estética da mamãe, como o aparecimento das estrias.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Álcool durante a gestação

Bebida e gestação: uma combinação nada boa

O uso do álcool durante a gestação pode ser muito perigoso para a mamãe. Não existe uma dose limite pré-estabelecida para a ingestão do álcool pela gestante que não prejudique o bebê.
O álcool é uma substância com livre passagem pela placenta e, portanto, livre passagem para o feto. O fígado do bebê que está em formação metaboliza o álcool duas vezes mais lentamente que o fígado da sua mãe, isto é, o álcool permanece por mais tempo no organismo do bebê do que da sua mamãe. Viu o perigo?
O aborto espontâneo e o trabalho de parto prematuro, assim como outras complicações da gravidez, também estão relacionados com o uso do álcool, mesmo em quantidades menores. O risco de aborto espontâneo quase dobra quando a gestante consome álcool.
Os prejuízos causados no feto pelo álcool podem causar desde gestos desajeitados até problemas de comportamento, falta de crescimento, rosto desfigurado e retardo mental, dependendo da fase da gravidez e também da quantidade de álcool ingerido.
A Organização Mundial da Saúde estima que a cada ano 12 mil bebês no mundo nascem com a Síndrome Fetal do Álcool ou Síndrome do Alcoolismo Fetal (SAF) ou 2,2 de cada mil nascimentos vivos.

Síndrome do Álcool - A SAF é a conseqüência no feto do consumo de álcool durante a gravidez e é irreversível. Caracteriza-se por retardo no crescimento intra-uterino, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor e intelectual, distúrbios do comportamento (irritabilidade e hiperatividade durante a infância), diminuição do tamanho do crânio (microcefalia), malformações da face como nariz curto, lábio superior fino e mandíbula pequena, pés tortos, malformações cardíacas, maior sensibilidade a infecções e maior taxa de mortalidade neonatal.
Por vezes, o bebê ao nascer não apresenta algum defeito físico, mas alguns sintomas podem não serem óbvios até que o bebê complete entre 3 e 4 anos.

Alteração no peso - O peso de um bebê que foi exposto ao álcool é normalmente inferior ao dos bebês de mães que não beberam durante a gravidez. O peso ao nascimento de bebês afetados pelo álcool é de aproximadamente 2 quilos e dos bebês saudáveis é de 3,5 quilos.
Conforme a criança cresce, outros prejuízos começam a aparecer, entre os quais a memória fraca, falta de concentração, raciocínio fraco e incapacidade de aprender com a experiência.
A exposição do feto, seja em que época da gravidez, ao álcool não tem como conseqüência necessariamente a SAF. Como já foi falado, não se conhecem níveis seguros de consumo de álcool durante a gravidez.
Na maioria dos recém-nascidos prejudicados pela ação do álcool antes do nascimento não ocorre anomalias faciais e a deficiência do crescimento que identificam a SAF. Mesmo assim, todos os pequenos que são expostos ao uso de álcool portam danos cerebrais e outros comprometimentos tão significativos quanto os que ocorrem nos portadores da SAF.
Nem todas as mães que bebem terão bebês com algumas seqüelas. Qualquer quantidade de álcool é um risco, mas qualquer abuso exagerado do álcool é prejudicial para o feto, principalmente durante os primeiros três meses.

Dicas
- O álcool deve ser evitado durante a gestação e durante todo o período de amamentação, pois o álcool pode passar para o bebê através do leite materno.
- Como o álcool passa rapidamente para o sangue, o drinque da mamãe já atua sobre o bebê após 10 minutos.
- A extensão do dano causado pelo álcool no feto está relacionada com a duração e quantidade da ingestão de álcool.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Meu bebê é Down - GRAVIDEZ

Um dossiê completo sobre a gravidez, os primeiros cuidados e o desenvolvimento de uma criança especial.

Por Mônica Brandão

Meu bebê é Down


1 - O que é Síndrome de Down?

Trata-se de uma falha genética que ocorre quando o feto está sendo formado. Uma célula humana considerada normal possui 46 cromossomos, divididos em 23 pares. Por alguma razão desconhecida, pode ocorrer um erro no começo do desenvolvimento embrionário e é criado um cromossomo extra, que fica ligado ao par 21. O resultado são células com 47 cromossomos. Isso causa a referida Síndrome. A falha pode ocorrer de tres formas, chamadas de trissomia 21 padrão, translocação e mosaico. Acontecer de uma maneira ou de outra não muda as características de quem nasce assim. Não existem graus de Síndrome de Down, mas, por causa de sua herança genética, educação e meio ambiente as crianças podem se desenvolver de formas diferentes.
É importante saber que essa falha acontece ao acaso. A responsabilidade não é de ninguém. Não foi provado até hoje que estilo de vida, ações durante a gestação, fumo, bebidas, medicamentos, fatores ambientais ou parentesco entre o casal possam influenciar essa ocorrencia. Ela também não é contagiosa. A probabilidade de alguém ter a Síndrome é de aproximadamente 1 para 600 nascimentos. No Brasil, cerca de 300 mil pessoas nascem com Down atualmente.

2 - O que significa ter essa Síndrome?

Significa nascer com algumas características específicas, como os típicos olhos amendoados com uma caída de pálpebra mais acentuada, uma prega única na palma das mãos, língua que tende a ficar fora da boca (língua protusa) e hipotonia (flacidez muscular). Essas duas últimas características, que podem interferir no desenvolvimento da criança, são controladas com a ajuda de fonoaudiólogos e fisioterapeutas. A Síndrome pode resultar em certo comprometimento intelectual, que não a impedirá de desenvolver-se como qualquer outra criança se receber muita estimulação, interações de qualidade e amor. Atualmente, com os avanços da medicina e novas pesquisas, uma criança com Síndrome de Down pode ter uma vida e um desenvolvimento semelhantes ao de crianças sem deficiencia. Como qualquer ser humano, ela vai desenvolver suas potencialidades e limitações.
A Síndrome não é considerada uma doença, mas existem algumas complicações que um Down pode apresentar com mais frequencia que outra criança, como má formação cardíaca e do intestino, baixa imunidade, problemas de visão, de audição, respiratórios e odontológicos. Enquanto certas crianças nascem com algumas delas, outras não terão nenhuma.

3. Quem tem mais chances de ter um filho com Down?

A Síndrome pode acontecer em qualquer família, independentemente de sua raça, credo ou condição social. Após vários estudos, os especialistas acreditam que a idade dos genitores, principalmente a da mãe, poderia aumentar as chances do problema ocorrer. Aos 30 anos, o risco de uma mulher ter um bebê Down é de 1 em mil. Aos 40 anos, é de 1 em 100. Imagina-se que a idade dos óvulos interfira na divisão embrionária, mas o assunto ainda é muito polemico, pois mulheres jovens também concebem bebês com a Síndrome. Alguns estudos relacionaram a idade dos homens ao problema, mas não se chegou a nenhuma conclusão. No Brasil, os obstetras costumam investigar com maior atenção mulheres acima de 35 anos.
Quando o casal já possui um filho com a Síndrome e quer outra gravidez, é aconselhável investigar se a falha genética ocorreu por translocação. A translocação pode acontecer ao acaso, mas, em 50% das vezes, a causa é uma alteração cromossômica em um dos pais. Essa alteração não chega a ser a trissomia 21, não apresenta implicações físicas ou mentais, mas quem as possui tem mais chance de ter filhos com Down. 

4. Como posso detectar a Síndrome durante a gravidez?

Os exames de ultrassom podem dar algumas pistas, já que os fetos com Down possuem certos sinais físicos. Por exemplo: quinto dedo da mão e braços menores, pescoço e nariz mais curtos. Existe também, feita por volta da 12a semana de gestação, a medida da translucencia nucal, uma prega na região de trás da cabeça, cujo tamanho excessivo pode indicar problemas. Quando o médico desconfia de algo, pode seguir com a investigação, pedindo um exame de sangue mais detalhado, que irá analisar a alfafetoproteína no sangue da grávida. Baixos níveis dessa substância costumam estar relacionados com alterações cromossômicas. Com todos esses dados, o obstetra e o casal vão avaliar se é necessário um exame invasivo e definitivo, que analisará o cariótipo do feto.
Existem tres tipos de exames invasivos para colher material genético e o casal, com o médico, pode escolher o melhor para o seu caso. Na Biópsia do Vilo Corial, uma amostra de tecido da placenta é retirada, via vaginal ou pelo abdômen, para ser analisada. Ela pode ser feita entre a 8a e a 11a semana de gravidez. A mais popular é a amniocentese. Nela um pouco do líquido amniótico é retirado por meio de uma agulha inserida no abdômen. Costuma ser realizada entre a 14a e a 17a semana. Por último, há a cordocentese, quando é retirada uma amostra do sangue do cordão umbilical após a 24a semana. Os exames invasivos são feitos em último caso, uma vez que há de 0,5 a 2% de risco de aborto. 

5. Quais as vantagens de diagnosticar o problema durante a gestação?

A grande vantagem é ter a chance de se preparar para o acontecimento. Primeiro porque há muita desinformação sobre a Síndrome de Down, até mesmo entre os médicos, e voce e seu companheiro poderão pesquisar mais sobre o assunto. Existem vários grupos de apoio, físicos e virtuais, que formarão uma rede importante de amigos, e outros pais com filhos Down que irão ajudar a desmitificar o que é a Síndrome. Livros, sites, blogs e filmes darão a possibilidade de aprender mais sobre esse bebê e descobrir suas potencialidades. Voces poderão lidar com as angústias, as incertezas e os medos em momentos que não coincidem com o parto e os caóticos primeiros dias de um bebê em casa. Ganharão tempo de se organizar, trocar emoções e se posicionar perante parentes e amigos.
Outra grande vantagem é que o obstetra também se prepara para ter mais controle sobre o parto e os primeiros cuidados com o bebê. Ele já saberá, por exemplo, que é necessário ter um cardiologista de plantão no caso de o recém-nascido apresentar alguma cardiopatia - e essa simples atitude pode minimizar vários problemas futuros. Há casais que optam pela interrupção da gravidez, mas trata-se de uma decisão muito pessoal e a prática é considerada ilegal no Brasil. 

6. Ao saber do diagnóstico, é normal passar por um período de negação?

Sim, é muito normal. Ouvir esse tipo de diagnóstico é um choque e é necessário um período para assimilar a notícia. Seu primeiro pensamento possivelmente será a de que os médicos estão errados. Pode também surgir culpa, achando que seu corpo é o responsável pelo problema. Mais uma vez, a melhor maneira de lidar com isso é buscar ajuda em grupos de apoio. Voce pode começar pela internet, na qual não precisa se identificar se não quiser. Ao ver as histórias de outros pais, conhecer outros bebês e entender melhor o que é a Síndrome, ficará mais tranquila quanto ao que lhe espera. Não exija uma aceitação rápida sua ou de seu companheiro. Cada pessoa tem o seu método e o seu tempo para administrar o luto, entender e aceitar mudanças. E é mais ou menos isto que voces irão passar: um luto pelo bebê que esperavam e a assimilação das mudanças que o novo bebê trará. Acredite que ver seu filho depois do parto a fará aceitar melhor a situação. Pois ele será tão apaixonante, tão seu e tão amoroso que muitos desses sentimentos poderão se modificar. 

7. Como devo escolher o obstetra e a maternidade?

Caso o seu obstetra seja de confiança, ele mesmo pode continuar cuidando de sua gestação, usando a experiencia que tenha no assunto ou se atualizando. Ou procure um profissional que lhe passe segurança e tenha acompanhado esse tipo de gravidez antes. Bebês com Síndrome de Down geralmente tem partos prematuros e podem nascer com algumas complicações, que rapidamente resolvidas não deixam sequelas. Por isso, a maternidade que voce escolher deve ter bons recursos, uma boa equipe de neonatologistas, de preferencia com experiencia em nascimentos de Down, uma UTI neonatal caso a prematuridade do bebê exija. E também cardiologistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos de plantão. Seu obstetra ou os participantes dos grupos de apoio podem indicar as melhores. Converse também com outros pais para comparar os hospitais. 

8. Minha gravidez será considerada de risco?

A gravidez não oferece risco, mas precisa ser monitorada mais de perto para investigar qual o estado de saúde do bebê ao nascer e para que eventuais problemas sejam detectados o mais cedo possível. Quanto mais o obstetra souber e mais tiver preparado, melhor para o bebê, que poderá ter os cuidados necessários assim que nascer. Por isso, dependendo do desenvolvimento do feto, serão necessários mais ultrassons, mais exames de ecocardiograma e avaliações de outros especialistas, como cardiologistas e cirurgiões pediátricos. O conhecimento da Síndrome também gera conflitos pessoais e na família, o que aumenta o estresse da gestante. Por isso, em alguns casos, o obstetra também sugere apoio psicológico ou psiquiátrico para ajudar a grávida a lidar melhor com a situação. 

9. Como é o parto de um bebê com a Síndrome de Down?

Do ponto de vista da grávida, não há diferença nesse tipo de parto. O final da gravidez e o trabalho de parto serão feitos da mesma maneira, mas sempre com uma monitoração mais atenta para acompanhar a evolução de possíveis problemas já diagnosticados no bebê. A Síndrome e mesmo a presença de cardiopatia fetal não são indicações para cesáreas, mas muitas vezes, dependendo do estado do bebê e pelo parto envolver certo planejamento e uma equipe multidisciplinar (obstetra, neonatologista, cardiologista), pais e médicos preferem marcar uma cesárea para ter mais controle sobre a situação. 

10. É comum esse bebê nascer prematuro?

Sim. Entre os fatores de risco associados a prematuridade, estão o estresse materno e as malformações fetais, os dois presentes em casos em que a Síndrome de Down é diagnosticada. Um bom obstetra estará atento ao fato e irá preparar os pais, dando apoio médico e psicológico no pré-natal para que a gestação tenha a chance de ir o mais longe possível. Nem todos os bebês que nascem prematuros precisam ir para a UTI Neonatal. Dependendo do seu estado de saúde ao nascer, ele pode ser monitorado no próprio berçário e ir para casa com os pais. 

domingo, 15 de maio de 2011

A importância do pai no pré-natal

O Dr. Jorge Naufal dá dicas práticas para os homens enfrentarem, e participarem intensamente, do período da gestação.

Hoje não se discute mais a participação do futuro pai no pré-natal da mulher grávida; aliás, diria que é imprescindível e necessário.
É recomendável sempre que possível, acariciar o abdômen da mulher, dizer palavras doces e meigas no sentido de procurar uma comunicação física com o feto que está sendo gerado, transmitindo todo o seu carinho e afeto para o filho que deverá chegar em breve.
Esteja convicto que o feto esta recebendo esta comunicação e emoção transmitida. A parede do abdômen e do útero não são obstáculos para este acesso, pois está provado que o feto percebe sons, temperatura, luz e movimentos que ocorrem na parte externa próxima à parede abdominal da grávida, portanto o diálogo da mãe ou do pai com o futuro bebê é totalmente viável.
Muitos maridos passam a tratar a mulher de maneira muito diferente da habitual, como se a esposa estivesse doente, cercando sua liberdade de movimentação ou expressão.
Recomendamos que o companheiro procure ser carinhoso, atencioso, e, principalmente, mostre atração física e psicológica pela mulher, que muitas vezes se sente fisicamente menos sensual pelo estado gestacional e mudanças de seu corpo. Portanto, carinho e atenção à mulher grávida nunca são demais.
A gestação é instável do início da gravidez até o quarto mês, quando a placenta passa a funcionar plenamente, substituindo o corpo amareIo na produção dos hormônios, e também as vilosidades coriônicas na alimentação do embrião. Até atingir esta fase, é maior a possibilidade de ocorrer o aborto e realmente ele ocorre em vinte por cento das primigestas (primeira gestação) isto significa que, de cada cinco gestantes, uma vem a apresentar aborto.
Nesta fase, devido ao risco maior de sangramento e aborto, a reIação sexual deverá ser delicada, sem grandes movimentos abrutalhados, e sem grandes acrobacias ou mudanças de posições ou, ainda, sem posições esdrúxulas.
A gestação é mais estável do quarto ao sétimo mês, desde que não haja placenta de implantação baixa ou placenta prévia; até o quinto mês, a posição poderá ser tipo "papai-mamãe" (o homem por cima da mulher deitada na horizontal, de barriga para cima). Do quinto mês em diante, a relação deverá ser de lado; isso é válido principalmente após o sétimo mês, devido ao risco de estimulação da contração uterina e, obviamente, de parto prematuro.
O casal deverá deitar-se de lado na cama, um em frente ao outro, em paralelo; assim, não haverá condições de um jogar o peso do corpo, cima do outro, e a penetração do pênis, sendo menos profunda, não permitirá que o membro bata no colo uterino, não estimulando, portanto, a contração uterina. A relação não deve, também, ser muito demorada ou prolongada, pois orgasmos repetidos também estimulam a contração. Além disso, a vagina, estando tumefeita e congesta devido ao aumento da circulação e a repleção venosa, está mais sujeita a irritação, infecção (corrimento) sangramento.
Com todo o cuidado, o casal poderá ter relações até o oitavo mês e meio ou, mesmo, nas proximidades do parto. Após o parto, deverão reiniciar as atividades sexuais após quarenta dias, quando o colo uterino se encontra fechado, o sangramento pós-parto já cessou e o útero já sofreu uma boa involução.
O marido deve ter muita paciência e ser participativo, pois metade do material genético é de sua responsabilidade. A mulher, quando fica grávida, sofre modificações muito grandes na sua estrutura física, mental, psicológica e social - fica mais insegura, mais agressiva, chora com facilidade e, muitas vezes, fica cheia de caprichos e desejos. É fácil entender estes mecanismos e atitudes, pois a mulher é semelhante a toda fêmea prenhe que quer defender a sua futura cria (ou, no caso dos ovíparos, o seu ovo). É como se o resto do universo fosse inimigo e hostil; a agressividade se volta inclusive contra o marido ou os familiares - portanto, é preciso que haja muita paciência, muito diálogo, muita atenção e muito carinho, para não se desestruturar a estabilidade já precária da gestante.
Toda vez que houver condições de o marido atender a um capricho da gestante, deverá fazê-lo, desde que não seja absurdo; neste caso, deverá dialogar com ela e mostrar a impossibilidade da execução do mesmo, e, não, recusar diretamente o pedido.
Também não deverá forçar a relação sexual, pois, na gestação, na grande maioria das vezes, existe uma diminuição da libido - nenhum animal prenhe aceita a cópula; o ser humano é o único que continua a atividade sexual em caso de gravidez. O marido deve ter cuidado para não forçar esta situação, pois daí poderá advir conseqüências graves no relacionamento do casal e a mulher poderá se sentir humilhada, ultrajada ou, mesmo, ter a sensação de ser estuprada. Deve-se procurar, sempre, respeitar este aspecto.
O companheiro deve, sempre, conversar a respeito da gravidez, saber como a gestante se sente, ouvir suas queixas, traçar planos futuros, estimulá-Ia a atividades saudáveis e criativas como leitura, exercícios, etc. Deve participar das massagens recomendadas para o corpo dela e, sempre que possível, em fase mais adiantada da gravidez, ajudá-Ia a se levantar ou fazer serviços para os quais ela se encontre impossibilitada, como carregar muito peso ou abaixar-se demais, poupando-lhe esforços que possam causar dor ou contração uterina.
Quando a gestante estiver sozinha, deverá, ao sair da cama, seguir a seqüência: virar de lado, colocar uma perna para fora da cama em seguida à outra e apoiar a suspensão do corpo, usando o braço de baixo.
É interessante o marido, sempre que possível, acompanhar o trabalho de parto da mulher e, também, estar presente por ocasião do nascimento do bebê, quer seja parto normal, quer seja cesárea, pois, assim, irá valorizar e enaltecer o desempenho e tudo o que a mulher passou no transcorrer da gravidez e da maternidade.
O marido deve, junto com todos os familiares, criar um ambiente calmo, alegre, receptivo e extremamente voltado a todo o apoio e segurança à grávida. Só assim ela terá uma gestação saudável sem percalços.

Dr. Jorge Naufal, médico ginecologista e obstetra, formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1964. Foi acadêmico plantonista na Casa Maternal Leonor Mendes de Barros e na Maternidade de São Paulo. Fez residência médica de 3 anos no Dpto. de Ginecologia e Obstetrícia no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, tendo sido professor assistente-voluntário. Foi professor de obstetrícia na Escola de Enfermagem Obstétrica da Universidade de São Paulo; foi fundador do depto. Médico do Instituto Municipal de Previdência de São Bernardo do Campo. Foi fundador e é um dos sócios da Neomater Hospital e Maternidade, localizado em São Bernardo do Campo. É autor do livro "Gravidez - Um Caminho Seguro", já em sua segunda edição.

sábado, 14 de maio de 2011

Dor de cabeça na gravidez

Cá pra nós, as mulheres bem sabem o quanto uma dor de cabeça incomoda, principalmente durante a gravidez, quando os hormônios estão alterados e as emoções, a mil! Para acabar com o sofrimento, especialistas explicam as causas e as soluções para o tormento 
 
Por Lígia Menezes

Dor de cabeça na gravidez
1. O que provoca a dor de cabeça na gravidez?
A dor de cabeça da gravidez não é diferente daquela que dá as caras em outras épocas da vida. Ela pode surgir em decorrência de algumas mudanças de hábitos, como a diminuição do consumo de cafeína, que, sem dúvida, promove ótimos benefícios à gestante, mas, como efeito colateral, pode desencadear a dor de cabeça. O estresse e o cansaço, mais comuns na gestação, também podem provocar dor e até uma enxaqueca.
Além disso, o problema pode estar relacionado a outros males de saúde, como distúrbios da visão ou sinusite. De acordo com o ginecologista Eliseu Tirado, do Hospital Bandeirantes, de São Paulo, ao engravidar (ou até antes de engravidar), é preciso consultar um ginecologista para que ele diagnostique, previamente, eventuais doenças.

2. Afinal, qual é a diferença da dor de cabeça e da enxaqueca?
A neurologista Carla Jevoux, do Rio de Janeiro, explica: existem mais de 200 tipos de cefaleia, ou dor de cabeça. A enxaqueca é um deles. Ela é herdada geneticamente e se manifesta por episódios repetidos de dor de cabeça, acompanhada por outros sintomas, como náusea, vômitos e intolerância à luz (fotofobia), aos ruídos (fonofobia) e aos odores (osmofobia).

3. Toda mulher tem dor de cabeça nesse período?
Não existe uma regra. Assim como culpar a gravidez pela dor também não é correto. Entenda: antes de engravidar, qualquer patologia que possa causar a dor de cabeça, como a sinusite e a enxaqueca, é tratada com medicamentos. Durante a gravidez, a dor passa a incomodar mais porque a mulher para (ou diminui bastante) a quantidade de remédios que tomava. “Daí a impressão de que o desconforto está mais forte”, diz Eliseu Tirado.
Uma desregulação hormonal também pode aumentar a dor, porém ela é bem menos comum, segundo Eliseu.
Além disso, ter uma gravidez não planejada acarreta estresse, que pode desencadear crises de ansiedade, dor de cabeça ou enxaqueca.

4. A gravidez prejudica ou melhora minha dor?
Ela melhora! Não acredita? De acordo com a neurologista Carla Jevoux, de 60 a 70% das mulheres sofredoras de enxaqueca relatam uma melhora significativa de suas crises durante o segundo e terceiro trimestres de gestação.
“Isso pode ser consequência do nível mais estável do estrogênio nesse período. O aumento na produção de endorfinas (substâncias que conferem a sensação de bem-estar) também contribui para afastar a dor”, explica Carla.

5. Dor de cabeça na gravidez pode se perigosa?
Sim, quando ocorre na região da nuca. Pior ainda se aparecer acompanhada de dor no estômago e visão embaçada, pois isso pode significar o aumento da pressão arterial, o que costuma levar a problemas mais sérios. Para tirar a prova dos noves, consulte seu médico.

6. Como evitar a dor de cabeça?
Paras se precaver, a orientação é evitar fatores que desencadeiam as crises, como o estresse, de acordo com o ginecologista e obstetra José Bento de Souza, especialista em reprodução humana. Outras medidas ajudam a atenuar o problema:
• Vez ou outra, experimente fazer uma massagem com um profissional, ou até drenagem linfática para gestantes.
• Coma com maior frequência e em menores quantidades.
• Tenha uma alimentação saudável. Cuidado com alimentos gordurosos, como chocolates, queijos amarelos, alimentos cítricos e embutidos.
• Faça atividades físicas específicas para gestantes, como ioga e hidroginástica.
• Tente manter um horário regular de sono. Evite dormir pouco ou em excesso.
• Evite a luminosidade intensa, como ficar na praia exposta ao sol, sem óculos e boné.
• Diminua a exposição a odores fortes, como perfumes, cheiro de tinta, ou à fumaça de cigarro.
• Fuja de locais barulhentos e de viagens para locais com altitudes elevadas.
• Chá de camomila, na quantidade de 1 xícara por dia, não prejudica a gravidez e evita a dor por conter um pouco de cafeína.

7. Como tratar a dor de cabeça sem tomar remédios?
Algumas dores passam com relaxamento e repouso. Quando doer, experimente fazer compressa com uma toalha e água morna ao redor dos olhos e nariz ou na nuca.
Tente investir em um escalda-pés. Por incrível que pareça, isso ajuda a diminuir a dor. “A água quente aumenta o fluxo de sangue para os pés, diminuindo a quantidade que circula nas artérias cranianas, o que, consequentemente, reduz a pressão que o sangue exerce ali”, conta a neurologista Carla Jevoux.
Outra dica: tente apertar as têmporas (na lateral do olho, perto das sobrancelhas) com os dedos, em movimentos circulares, no lado doloroso. Isso reduz o fluxo de sangue que vai para os vasos extracranianos e aplaca a dor.
O ginecologista José Bento de Souza indica ainda tratamentos alternativos, como acupuntura e exercícios de relaxamento, como ioga e hidroginástica.

8. Se nada disso adiantar, posso tomar remédios?
Se suas crises forem de forte intensidade, com náuseas e vômitos, ou quando há o risco de sofrimento fetal, sim, mas nunca no primeiro trimestre. E apenas os analgésicos simples estão liberados, segundo José Bento.
“Os remédios também devem ser evitados duas semanas antes do parto”, diz Carla. Mesmo assim, sempre que tomar alguma medicação, consulte seu médico antes.

Fontes: José Bento de Souza, ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana; Eliseu Tirado, ginecologista do Hospital Bandeirantes, de São Paulo; e Carla Jevoux, neurologista.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Hormônios da gravidez

Entenda de que maneira eles oscilam durante a gestação e saiba lidar com as profundas mudanças que acarretam no seu corpo 
 
Por Giuliano Agmont
 
Hormonios na gravidez
 
As variações hormonais no corpo da mulher, durante a gravidez, provocam profundas alterações, tanto físicas como emocionais. Lidar com elas é um dos principais desafios de qualquer casal que esteja esperando um bebê. Mas isso não é necessariamente um bicho de sete cabeças, como muitos acreditam. Basta entender um pouco melhor o que se passa com a gestante e perceber que essas moléculas estão mais para aliadas do que para vilãs. Sem deixar de considerar que o nível de alguns hormônios, como o do estrogênio, pode aumentar 30 vezes e isso tem reflexos no dia a dia da mulher. Veja algumas dicas para enfrentar essa verdadeira enxurrada de hormônios.

Fim do ciclo menstrual e início da gravidez
Os dois hormônios que dominam no ciclo menstrual são o estrogênio e a progesterona. Ambos têm a função de preparar o corpo feminino para uma possível fertilização. Em geral, antes da ovulação, há a predominância de estrogênio e, após a ovulação, a taxa de estrogênio cai e cede espaço para a progesterona. Após a queda do nível de progesterona, a mulher menstruará e renovará o ciclo. Se a taxa desse hormônio não diminuir, significa que a mulher engravidou. Em um ciclo regular, a ovulação ocorre entre o 12º e o 16º dia, contados a partir do primeiro dia de menstruação.

Hormônio beta-HCG, para saber se está grávida
Hormônio produzido pelo ovário logo após a concepção, tem o nome científico de gonadotrofina coriônica. A detecção de sua presença no organismo é o indício em que se baseia grande parte dos testes de gravidez. Associado à progesterona, o beta-HCG tem um papel importante na manutenção da gravidez durante o primeiro trimestre.

Hormônio progesterona, a responsável pelos enjoos
No primeiro trimestre da gestação, a placenta ainda está em formação e o que mantém o metabolismo da gravidez é a progesterona, produzida pelo ovário em altas doses. Após esses três meses, a placenta assume o controle. A taxa de progesterona varia de mulher para mulher e de gravidez para gravidez. De acordo com os médicos, quando esse nível é baixo, as chances de aborto na fase inicial da gravidez e de parto prematuro aumentam. A progesterona também é a responsável pelos famosos enjoos da gravidez. Como se não bastasse, ela provoca sono, salivação e alteração de humor. Algumas mulheres até emagrecem nessa fase por causa dos vômitos. Também é comum que ocorram inchaços no corpo, mesmo no início da gravidez. Porém é bom lembrar que muitas mulheres retêm líquidos mesmo antes de engravidar. Durante o ciclo, na fase pré-menstrual, a prática de atividade física ameniza a retenção hídrica, além de aliviar os sintomas da TPM (tensão pré-menstrual). No início da gravidez, no entanto, mesmo exercícios físicos leves costumam ser desaconselhados devido ao risco de abortamento. A partir do terceiro mês, em compensação, a prática de hidroginástica, natação, esteira, bicicleta ergométrica, ioga e pilates é muito indicada. Para evitar o inchaço demasiado, é importante que a gestante fique atenta à alimentação, pois o ganho excessivo de peso pode facilitar a retenção hídrica. A dica é seguir uma dieta rica em proteínas, pouco carboidrato e muitas frutas e verduras.

Hormônio estrogênio e os surtos de calor e rinite
O estrogênio tem uma atuação importante no sistema circulatório. Ele favorece a dilatação dos vasos e prepara o corpo da mulher para o aumento do volume de sangue em veias e artérias. Após a formação da placenta, no final do primeiro trimestre, o nível do estrogênio atinge índices até 30 vezes superiores às taxas anteriores à gravidez. Toda essa dilatação vascular contribui para a gestante apresentar sintomas de rinite, maior tendência a ter calor e até dores de cabeça. Outra função do estrogênio é a dilatação e o crescimento das glândulas mamárias para a futura amamentação. Pode ocorrer também uma relação direta no aumento da libido da mulher. Não raro, ela tem desejos sexuais durante a gravidez e o homem não corresponde por receio de machucar a esposa e seu bebê. Na adolescência feminina, o estrogênio é o hormônio de maior importância. É ele quem define as características dos órgãos sexuais femininos (pilificação, mamas, vagina) e também tem uma atuação importante na feminilidade, no brilho do cabelo, na textura da pele e até no timbre da voz.

Prolactina: hormônio do leite a caminho
Produzido pela placenta, é um hormônio que, associado a outro, chamado lactogênio placentário, tem a responsabilidade de deixar as glândulas mamárias aptas para a futura produção de leite. A ação desses hormônios começa a aumentar a partir do segundo trimestre de gravidez. Ao final da gestação, a atividade, tanto da prolactina quanto do lactogênio, é tão intensa que a gestante só não produz leite antes do parto porque a alta taxa de estrogênio no organismo corta essa possibilidade. É importante considerar que a prolactina interfere na disposição sexual da mulher ao reduzir a libido e ressecar a vagina. Mas esse efeito é mais intenso depois do parto, durante a amamentação.

As alterações metabólicas
Com a ação dos hormônios durante a gravidez, também há tendências de elevação nos índices de glicose e de triglicérides em razão das necessidades nutricionais do bebê. É preciso fazer o monitoramento da glicemia para diagnosticar precocemente uma eventual ocorrência de diabetes gestacional, que colocará em risco a saúde da mulher e do bebê. A principal prevenção para evitar o diabetes gestacional é não obter um aumento excessivo de peso no período. A pressão arterial também fica alterada durante a gravidez e as referências do que é ou não normal mudam. Por isso o médico faz sempre um acompanhamento.

As oscilações de humor
As alternâncias de humor, pela descarga de hormônios, são muito comuns na gravidez, sobretudo no primeiro trimestre – a partir do quarto mês, a gestante já começa a sentir seu bebê mexer e fica mais segura em relação ao bem-estar dele. O impacto das alterações emocionais pode ser minimizado com um pré-natal bem feito e, eventualmente, com medicações fitoterápicas, conforme a orientação do médico. Algumas gestantes podem precisar de apoio profissional para lidar melhor com suas emoções. Tratar os sintomas das mudanças hormonais ajuda a aliviar o mau humor. Usar sutiãs mais justos previne dores nas mamas. Medicamentos antieméticos, sob a orientação médica, minimizam crises de vômito. Para dores no corpo, as massagens são uma ótima pedida. Para inchaço, drenagem linfática. E assim por diante.
A partir do segundo trimestre, as dores nas costas aumentam a irritação da gestante. A origem do problema é uma mudança no eixo de equilíbrio causada pelo rápido crescimento do útero. A altura e o peso da gestante também interferem na intensidade da dor, assim como a quantidade de bebês no útero. Quanto maior o ganho de peso e mais sedentária for a gestante, pior será o desconforto, daí a necessidade de um controle da dieta e de prática de exercícios físico, de preferência os de baixo impacto.
Nos últimos meses de gravidez, a variação de humor tende a ser a mais intensa diante das inúmeras limitações para fazer coisas básicas, como andar, dormir, tomar banho, se vestir, ir ao trabalho. Nessa fase, ao se olhar no espelho e se sentir obesa e cheia de estrias, a mulher tende a ter problemas de autoestima, o que pode provocar crises emocionais piores.
O principal remédio para combater os efeitos colaterais dos hormônios na gravidez é planejar a chegada de um filho. A compreensão e a participação do marido e da família também são de extrema importância nessa fase, fazendo com que a mulher se sinta mais segura e amparada para enfrentar o desafio de ser mãe. Tudo começa com escolha de um médico obstetra de confiança, que acompanhe a gravidez durante os nove meses, sem traumas e com boas lembranças. Alguns especialistas defendem, inclusive, que a gestação ideal é aquela que começa meses antes da fecundação.

Fontes: Luiz Fernando Leite, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana; e Simão Augusto Lottenberg, endocrinologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo