Comunicação Inteligente

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Chá para bebês e grávidas: pode ou não pode?

Para grávidas e bebês, há sempre muitas restrições na alimentação. Mas, e quanto aos chás? Será que essa bebida considerada tão “inocente” pode ser consumida por futuras mamães e por crianças pequenas? Confira o que afirmam os especialistas 

Chá para bebês e grávidas: pode ou não pode?

Ele é conhecido como um santo remédio natural para diversos males. Todo mundo tem – ou teve – uma avó ou tia mais velha que sempre apelava para um chazinho milagroso quando os primeiros sintomas de um resfriado surgiam. Considerado uma verdadeira bênção pelo senso comum, capaz de proezas como acalmar nervosismo ou melhorar mal-estar digestivo, o chá pode não ser tão inofensivo assim em certas fases da vida. Durante a gravidez, é preciso cuidado na escolha da erva. Já para os bebês, o importante é respeitar o período de aleitamento materno exclusivo.

Plantinhas do bem e ervas do mal

“Muitas pessoas acreditam que tudo que é natural não faz mal, mas isso é um engano. Existem muitos venenos a base de plantas”, diz a mestre e doutora em Ciências Biológicas e Farmacologia Ivani Manzzo, que também é especialista em qualidade de vida para gestantes e diretora da Meta & Soluções Sport Life Coaching, de São Paulo. De acordo com ela, algumas ervas são comprovadamente abortivas e, exatamente por terem essa propriedade perigosa, seus nomes não podem ser divulgados para a população, pois poderia haver uso indevido, com o objetivo de interrupção da gravidez. “O risco mais grave é de aborto, mas também podem causar alergias e tonturas. O conselho, então, é usar apenas chás tradicionais, que sabidamente fazem bem, como erva-doce, camomila e capim-limão”, adverte Ivani.

Grávida, beba com moderação (e atenção)

Uma coisa é certa: quem usa o bom senso não corre nenhum perigo ao tomar seu chazinho durante a gravidez. Pelo contrário, a bebida quente é acolhedora e tomá-la é um jeito gostoso de se sentir revigorada, seja no meio do dia, seja antes de dormir. “De uma maneira geral, os chás são liberados para a gestante”, garante João Leandro Matos, ginecologista e obstetra do Hospital Balbino, do Rio de Janeiro. “Porém, há os chás contraindicados na gravidez, como o de canela, por exemplo, que pode provocar constrição sanguínea e contração dos músculos do útero”, alerta o especialista. Entre as plantas proibidas para gestantes por oferecerem riscos estão, ainda, segundo o médico, a rosa, a erva-de-bicho, a buchinha do norte e o confrei. Ervas que contêm muita cafeína ou aceleram o metabolismo devem ser evitadas. É o caso dos chás preto, verde e branco e também do mate. Por outro lado, plantas que comprovadamente não fazem mal, não apenas estão liberadas como podem ser bastante úteis na gravidez. “Os chás de camomila, colônia, erva-doce e valeriana podem ser usados em caso de ansiedade ou de dores leves. A camomila também é indicada contra enjoos e dores estomacais”, diz Matos, que lembra que o obstetra sempre deve ser consultado se houver dúvidas ou se o incômodo for persistente.

Quando dar chá ao bebê

Quando o recém-nascido se contorce de cólicas, que mãe não pensa em acudi-lo com um chazinho de erva-doce? Mas, antes de apelar para a chuquinha com a finalidade de acalmar o berreiro do seu pequenino, converse com o pediatra. “Quando o bebê recebe aleitamento materno exclusivo, recomendado até os seis meses de idade, nada mais deve ser oferecido a ele. Além disso, não há qualquer comprovação de que os chás diminuem as cólicas”, afirma Sylvio Renan Monteiro de Barros, pediatra de São Paulo. Os chás, portanto, só deverão entrar em cena no momento em que o cardápio se tornar diversificado por ordem médica. “Quando o bebê recebe leite materno e outros alimentos, como frutas e sopinhas, líquidos devem ser oferecidos, principalmente nos períodos de muito calor ou de tempo seco, para se evitar desidratação”, avisa o especialista. Porém, a bebida número 1 dos pequenos deve ser, simplesmente, água pura. Vez ou outra, você pode dar ao seu filho um chá em temperatura ambiente para hidratá-lo. Ofereça-o sem ser adoçado e – atenção! – servido às colheradas (use uma colherinha pequena), para evitar que ele tome gosto pela mamadeira e passe a recusar o peito. A não adição de açúcar protege contra as cáries e gases, e impede que a criança fique “viciada” no sabor doce desde muito cedo.

Os tipos mais indicados

Para os bebês, vale a mesma regra das gestantes: utilizar apenas ervas reconhecidamente seguras, que não causam nenhum efeito colateral. Não dê chás feitos com plantas estimulantes ou ricos em cafeína. Chazinhos leves, como os de hortelã, camomila e erva-doce, são as melhores alternativas. Uma boa ideia, na opinião de Sylvio Barros, é cultivar uma hortinha em casa com algumas dessas ervas e preparar uma infusão mais natural do que a feita com produtos industrializados. Prefira preparar a bebida na hora do consumo, em vez de guardá-la na geladeira. Usando folhas ou sachês prontos, deixe a erva na água quente (com o fogo já apagado e a chaleira tampada), por 3 a 5 minutos. Coe, se for necessário, e deixe esfriar bem antes de dar ao filhote.
 

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