Comunicação Inteligente

Comunicação Inteligente

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fale mais!

Você conversa com seu bebê? Pois deveria. Ainda na barriga, ele reconhece sua voz e, depois que nasce, se acalma e alegra com ela

 
 
Muitos estudos científicos comprovam o que quase toda mamãe sempre desconfiou: conversar com o bebê é benéfico para o seu desenvolvimento cognitivo. Mas muito mais que isso, conversar com seu bebê pode ajudar a criar vínculos com ele, já desde o útero. Foi o que descobriu acidentalmente a cantora Isadora Canto, coordenadora do Projeto Acalanto. Ela engravidou do primeiro filho, Theo, quando fazia faculdade música e trabalhava com apresentações de voz e violão. "Notei que em algumas músicas ele se mexia. Comecei a fazer testes e percebi que ele estava se correspondendo comigo", diz Isadora. Depois que o filho nasceu ela costumava cantar as mesmas músicas para ele e a reação não poderia ser melhor. "Ele sorria ou ficava quietinho", conta.

Isadora foi atrás de mais informações sobre esse tipo de comunicação. Leu pesquisas, viajou em busca de informações e começou a aplicar a técnica em outras gestantes no Projeto Acalanto, como forma de fortalecer o vínculo delas com seus bebês. "Principalmente para as mães de primeira viagem, para quem os bebês ainda são um mistério", conta. Quando estava grávida de Lia, sua segunda filha, Isadora acalentou outras tantas gestantes, além da própria barriga, e entendeu que a formação do vínculo com a filha foi muito mais forte e rápido. "Quando ela nasceu foi como se nos conhecêssemos já há muito tempo", diz. Isadora criou o coral "Materna Em Canto", formado por gestantes e mães, começou a compor e gravou um CD com músicas para as mães se comunicarem com o bebê na barriga e foi indicada ao Grammy Latino. "Com esse carinho, o bebê nota que é querido, que é amado", explica.

Apesar de não saber falar, o bebê se comunica. Se dentro da barriga ele se movimenta ao escutar uma música ou a voz da mãe, depois que nasce talvez seja um pouco mais difícil compreendê-lo, mas nada que a mamãe não aprenda a fazer com o tempo. "Aí acontece a priori uma comunicação silenciosa, implícita e não verbal. Ele se comunica por intermédio dos recursos que tem, como chorar", explica a psicanalista Magaly Miranda Marconato Callia, docente do Departamento de Psicanálise da Criança do Instituto Sedes Sapientiae. Até os 3 meses, o choro é o principal meio de comunicação do bebê e com o tempo a mãe aprende a decifrar o que ele quer dizer: se ele tem fome, sono, dor ou precisa trocar a fralda.

Dos 3 aos 6 meses o choro não é mais a fonte principal de informação sobre seu filhote. Ele já fixa o olhar no seu rosto, sorri com suas brincadeiras, vocaliza alguns sons, mostra excitação com certos movimentos, como jogar os bracinhos, e até demonstra medo ou susto com barulhos mais altos, por exemplo. Ainda durante esta etapa, mesmo que não entenda completamente o que você quer dizer, é importante continuar a falar com ele. "A musicalidade da fala transmite muitas mensagens, além daquelas verbalizadas.", explica Magaly. Aproveite muito essa fase em que o toque, o cheiro, um olhar e o calor valem mais que mil palavras!

Nenhum comentário:

Postar um comentário